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Mostrando postagens de setembro, 2011

O PÊNDULO DA HISTÓRIA ESCAPA AO CONSERVADORISMO

Há uma travessia em curso no pêndulo da crise mundial. Sua  velocidade é crescente . A esquerda brasileira, as forças progressistas e o próprio governo devem apertar o passo para não se perderem na inútil batalha do dia anterior. Vive-se um deslocamento de forças e percepções para fora do centro de gravidade do conservadorismo mercadista.  O discernimento da sociedade já não cabe mais em velhos perímetros calcificados pela  ortodoxia.  O campo conservador  desidrata a ponto de regurgitar expoentes e agendas do centro político. Editoriais e o colunismo da chamada grande imprensa colidem diariamente com o seu próprio noticiário. O dispositivo midiático demotucano apregoa aquilo que a página seguinte evidencia ser a catástrofe em marcha na vida das nações. Por mais que se desvirtue a realidade o efeito espelho  percola   a formação das consciência, argui certezas e desacredita receitas. A agenda que  dobra a aposta na doutrina  neoliberal perde legitimidade na esteira de uma contradiçã

Leitura de puro prazer

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Clarice Cardoso Escritor português exaltado por Saramago, Gonçalo M. Tavares defende a livre escolha e a orientação das obras literárias no lugar das listas de títulos obrigatórios. A Clarice Cardoso Em 30 anos, ou menos, Gonçalo M. Tavares ganhará um Nobel. A previsão, audaciosa, de José Saramago dá a dimensão que o autor nascido em Angola, em 1970, toma na literatura portuguesa contemporânea. Traduzido e distribuído em 35 países, Tavares está no Brasil para a Bienal do Livro Rio, onde deve cruzar com 600 mil pessoas, 170 mil das quais são estudantes. Serão encontros, acredita, com potencial de “despertar” nesses jovens o prazer pela leitura. Para isso, contudo, defende que uma “leitura aconselhada”, em que os alunos tenham poder de escolha e orientação, substitua a obrigatória e, assim, mitigue os riscos de as listas de livros exigidos os afastarem de autores essenciais. “A leitura deve ser associada ao puro prazer. Muitas vezes, a imposição de ler um livro até o fim, aos 12

A Era Chávez

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Emir Sader O chavismo e a polarização política continuariam na ausência do líder bolivariano? Foto: Bertrand Parres/AFP A Venezuela antes e depois do surgimento da figura política e da liderança de seu atual presidente Depois de um longo perío-do de relativa estabilidade política, com a alternância entre Ação Democrática (partido de orientação social-democrática) e Coppei (de orientação democrata-cristã), a Venezuela entrou em uma fase de turbulência política em 1989, a partir do retorno de Carlos Andrés Pérez à Presidência. De forma similar a outros governantes latino-americanos naquele momento (Carlos Menem, por exemplo), Pérez prometeu um choque produtivo para tentar reanimar a economia venezuelana, mas imediatamente aplicou um duro pacote recessivo, motivador de mobilizações populares. Houve forte repressão e várias centenas de mortes (até hoje não se apurou o número certo), no movimento que ocorreu em Caracas e foi chamado de “caracaço”. O governo de Pérez sobreviveu co

O jornalismo impresso vai acabar?

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Clara Roman O jornalismo em xeque. Foto: Olga Vlahou Não há consenso entre os profissionais da imprensa, do marketing digital e da propaganda:  qual será o modelo vencedor no futuro, capaz de gerar renda na internet e substituir os negócios hoje ainda centrados no papel e na televisão? No segundo dia do evento New Brand Communication (NBC) a grande pergunta era se a internet conseguirá democratizar a comunicação no País, hoje concentradas em algumas poucas corporações familiares. A questão pesa tanto na publicidade quanto no jornalismo. “A gente tem um vício que é a Casa Grande – Senzala,” diz Rene de Paula, que participou da mesa “Inovação em Comunicação de Marcas”. Segundo o publicitário, os profissionais da área acabam imersos em um universo particular, onde “todos possuem Iphone, enquanto a maioria do Brasil está comprando um notebook ou PC em 12 prestações”. É esse público que o marketing online deve atingir. “O grande desafio é entender que as coisas não acontecem soment